Márcia Cavallari, diretora-executiva
do Ibope, classificou as eleições municipais como "a dor de cabeça dos
institutos de pesquisa", muito mais passíveis de erro do que as
estaduais e as presidenciais.
- O
eleitor municipal é mais dinâmico e volátil, decide o voto na última
hora e é mais indeciso - disse, ressaltando que está investigando o que
houve nas três capitais. - Não captamos mesmo a tendência, pode ter sido
problemas de amostragem ou de metodologia na condução de entrevistas.
Para
a diretora do Ibope, a situação de Natal foi diferente. Ali, também
houve erro: o instituto apontou vitória no primeiro turno de Carlos
Eduardo (PDT), com 51% dos votos, mas ele teve 40,42%:
-
A pesquisa foi feita na antevéspera da eleição. Um dia é muito em se
tratando de eleição municipal. Não ponho Natal na mesma categoria de
falhas.
A diretora-executiva do
Ibope lembra que os casos de Curitiba, Salvador e Manaus estão dentro da
estatística de cinco resultados errados para cada cem pesquisas
realizadas.
- Desde o início das eleições, erramos pouco e fizemos o principal: captamos a tendência do eleitorado na maioria das capitais.
O
Ibope acertou ao prever vitória no primeiro turno em Recife, onde o
Datafolha, segundo o diretor do instituto, Mauro Paulino, admite que
pode ter havido um erro nas amostras de eleitores pesquisadas.
Enquanto
o Ibope entrevista as pessoas em casa, o Datafolha adota o método
conhecido como fluxo de pessoas, abordando os eleitores nas ruas.
Os
profissionais são espalhados em postos de coleta por onde circula gente
com os mais diferentes perfis. Paulino, no entanto, defendeu o método
criado pelo Datafolha como "no mínimo tão eficiente quanto" o do Ibope.
O Datafolha não avaliou Salvador nem Manaus na véspera da eleição.
O
Ibope deixou ainda de captar uma queda na popularidade de César Souza
Jr. (PSD), que chegou na frente na disputa pela prefeitura de
Florianópolis, mas com 31,68% e não os 40% previstos.
Situação semelhante aconteceu em Porto Velho.
O instituto justificou que essas pesquisas foram realizadas também no dia 5.
Bocas
de urna divergentes do resultado também ocorreram em Porto Alegre,
Goiânia, Fortaleza e Rio: o Ibope deu 69% para Eduardo Paes (PMDB) e 26%
para Marcelo Freixo (PSOL). Mas Paes teve menos votos, e Freixo; mais.
-
Estamos debatendo se o eleitor de Freixo, por ser mais jovem e da Zona
Sul, não deixou para votar depois da praia. A boca de urna, para sair às
17h, tem que ser fechada às 14h - disse Márcia Cavallari.
Fonte: Fator RRH/O Globo
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