Brasília – A redação da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é
uma preocupação para muitos candidatos. Quem zera na redação não tem a
prova corrigida e uma boa nota contribui para melhorar a média final. Os
estudantes farão a redação no dia 27 de outubro, segundo dia de prova
do Enem. A Agência Brasil ouviu professores que deram dicas para que os
estudantes possam fazer uma boa redação.
Os professores citam a leitura e a prática da escrita como fundamentais.
O estudante deve ler jornais e revistas para se atualizar sobre os
temas que mobilizam a atenção da sociedade e, assim, ter base para
desenvolver bons argumentos na redação. A leitura é também um meio para
adquirir vocabulário e evitar a repetição de palavras ao longo do texto.
“É fundamental que os alunos façam um levantamento dos assuntos
importantes que estiveram presentes nos jornais ao longo do ano para que
possam ter uma consciência crítica sobre os assuntos que foram
abordados”, explica a professora de redação do curso preparatório do
Sistema Elite de Ensino, do Rio de Janeiro, Rita Bezerra.
Ler textos com a mesma estrutura do exigido no Enem - que é o
argumentativo-dissertativo - para se familiarizar com a estrutura é
outra dica. “Essa tipologia pressupõe que o aluno estabeleça uma tese e
dois ou três argumentos que fundamentem essa tese”, explica Rita
Bezerra.
Nessa reta final, com pouco mais de um mês para as provas, é bom
intensificar os treinos. Fazer uma média de três redações por semana
seria o ideal na avaliação da professora de redação do Curso Progressão
Autêntico, do Rio de Janeiro, Talita Aguiar. O interessante, segundo
ela, é escolher temas que estiveram em evidência no noticiário ao longo
do ano. Fazer as redações anteriores do Enem também é um bom método de
treino apontado pelos professores.
O professor de redação do pré-vestibular Alub, em Brasília, Marcelo
Freire, chama a atenção dos estudantes para que revisem o noticiário
anterior a julho já que a prova do Enem é elaborada com meses de
antecedência. “Eles precisam revisar as atualidades de alguns meses
atrás. Isso gera uma confusão nos candidatos que pensam que o que está
saindo agora no jornal cai na prova”, explicou.
A redação do Enem é aplicada no mesmo dia em que as provas de
linguagens, códigos e matemática, que somam 90 questões. O candidato tem
cinco horas e meia para fazer toda a prova. A recomendação é que se
gaste, em média, uma hora com a redação. A professora Rita Bezerra
sugere que os estudantes comecem a fazer as provas pela redação para que
não cheguem ao momento de escrever o texto já cansados e, também, para o
candidato ter mais tranquilidade com a redação garantida.
“Sempre indico que ela seja a primeira prova. O candidato pode deixar
para passar a redação a limpo entre a prova de português e a de
matemática porque ai ele pode tirar alguma dúvida em relação a grafia de
alguma palavra ou concordância pela própria prova”, disse Rita Bezerra.
A linguagem no texto merece atenção especial para evitar que a forma
usada em redes sociais e conversas informais com amigos seja reproduzida
na redação. “É comum perceber a influência da linguagem das redes
sociais por meio de palavras coloquiais, gírias. O aluno deve atentar
para uma linguagem o mais próximo da formal”, diz a professora Talita
Aguiar. Ela recomenda evitar palavras repetidas, uso excessivo do “quê” e
do gerúndio. A concordância e a coesão do texto com o uso correto dos
conectivos é outro item que requer atenção.
Para orientar os candidatos, o Ministério da Educação publicou um guia
com dicas sobre a redação. O guia informa que é opcional dar título à
redação e que a letra legível é condição para que a prova seja
corrigida. Também detalha que na redação é preciso defender uma opinião
sobre o tema proposto apoiada em argumentos consistentes e, por fim,
elaborar uma proposta de intervenção social para o problema apresentado.
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