O operador financeiro do mensalão,
Marcos Valério Fernandes de Souza, pretende fazer novas acusações ao
Ministério Público, segundo pessoas próximas.
A Folha apurou que a estratégia do
empresário --condenado a mais de 40 anos de prisão pelo Supremo Tribunal
Federal-- é fazer com que a Procuradoria-Geral da República o torne um
colaborador, a exemplo do tratamento dado ao presidente nacional do PTB e
delator do esquema, Roberto Jefferson.
Integrantes do STF e do Ministério
Público, entretanto, já disseram que possíveis revelações feitas pelo
empresário a essa altura do julgamento não são suficientes para reduzir
sua pena.
Em depoimento dado à Procuradoria-Geral
em setembro, o empresário acusou o ex-presidente Lula de ter sido
beneficiado pelo esquema.
Alvo de ataques do PT desde que o teor
da fala foi divulgado pelo jornal "O Estado de S. Paulo", Valério
responsabilizou ontem a Procuradoria pelo vazamento de seu conteúdo.
"Quem passou foi a procuradoria. Saiu por lá", afirmou à Folha.
Abordado no estacionamento do prédio
onde vive em Belo Horizonte, Valério se recusou a comentar o depoimento:
"Perguntem à Procuradoria. Ela é que tem que falar", afirmou.
Atualmente, o empresário vive sozinho num apartamento que se limita a um quarto e um banheiro. Não há cozinha ou sala de estar.
As instalações são simples e destoam da
mansão em que vivia com a mulher, Renilda Santiago, de quem está
separado desde setembro.
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